sábado, 4 de maio de 2013

Your Miss.

Já não dói mais... Ou me acostumei com a dor a ponto de não percebê-la, ignorando-a. Não me conheço o suficiente pra saber o que estou fazendo, mas está funcionando, é isso que importa.

Eu pensava em você sempre que podia, acabei ligando você ao máximo de coisas possíveis que existiam pra que eu pudesse ter essa sua "presença", pra não te deixar ir, pra poder acreditar que eu te tinha verdadeiramente comigo de alguma forma. E posso confessar que não foi nem um pouco difícil. Você, de alguma forma, tem muito de mim, ou eu tenho muito de você. De uma forma ou de outra, somos parecidos em muitos aspectos. Então foi muito fácil associar sua lembrança às músicas, imagens, filmes, livros, fotos, expressões, palavras, frases, jogos, comidas, sonhos, planos, pensamentos, ideais e medos. Tudo era ligado a você, assim era a tua presença em mim quando não estávamos conversando. Foi essa a forma que encontrei de te manter por perto enquanto eu tentava encontrar uma maneira de te trazer pra mim definitivamente. Mas não encontrei essa maneira, e nenhuma outra. Você foi se distanciando pouco a pouco até chegarmos aqui.

Quando percebi que você estava indo de vez entrei em desespero, queria fazer tudo certo, mas nada com pressa se conclui. E não foi diferente com a gente. Em minha pressa de te trazer pra mim acabei me jogando pra longe também. E lá fiquei por um bom tempo sem saber o que fazer, sabendo que o fim estava próximo ao mesmo tempo em que tentava enxergar uma forma de mudar essa conclusão. ..


Novamente não encontrei nada.


Quando percebi que não tinha mais jeito, que meu sonho já estava esmigalhado por todas as razões e consequências invisíveis às quais não entendemos nunca, me perdi em lamentos novamente. Nada saiu como eu queria, tudo o que planejei foi por água abaixo e eu não consegui entender o porquê. Decidi ao menos tentar dizer o que estava guardando comigo, e o fiz para me libertar de vez sem deixar que você acabasse com tudo. Quis acabar com tudo primeiro, da minha forma, pra tentar facilitar as coisas. Mas você nem me ouviu.

Doeu, por um bom tempo a dor de te perder me consumiu, me tornando incapaz de fazer qualquer coisa. Porém já não dói mais sua perda. Agora só a dor da sua falta me atormenta, mas essa vem só de vez em quando, é potente, mas não dura muito. Essa sim eu sei que vou ter que me acostumar, porquê ela nunca mais vai me abandonar. Vai se tornar a única coisa que restará de ti, de todas as músicas, imagens, filmes, livros, fotos, expressões, palavras, frases, jogos, comidas, sonhos, planos, pensamentos, ideais e medos só vai sobrar a saudade. Essa será a única presença que eu vou manter de você comigo. Afinal, não tenho como apagar por completo algo que lutei por tanto tempo pra manter por perto, não é?...

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Julio Barcellos
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